segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O julgamento

É intríseca no ser humano a atividade de julgar. Esse julgamento provém de conceitos pré-estabelecidos pela cultura da sociedade, envolvendo a moral da época. A partir desses conceitos, em conjunto com as nossas próprias concepções normalmente adquiridas por experiências pessoais, nós julgamos as atitudes e posturas alheias como corretas ou errôneas. É um hábito normal, julgamos o tempo todo. Julgamos se a comida é boa, se a atitude do seu amigo foi correta, se é bom você ir ao evento de amanhã, se a roupa é bonita, se seu salário é bom, etc. Tudo de acordo com o que vivenciamos, portanto de acordo com o nosso ponto de vista do mundo (que, convenhamos, é bastante limitado).
A atitude é normal e corriqueira, mas é preciso ter cuidado com a intensidade que a fazemos e com o modo como a expressamos externamente. Porque muitas vezes podemos ferir os sentimentos de alguém ou praticamente impôr a nossa opinião sobre um assunto que não remete a nós. É claro que às vezes as pessoas tem atitudes que nos deixam revoltados, mas nós não temos a vivência delas, os seus sentimentos e as razões para fazer essas atitudes, por isso quase nunca entendemos.
É importante dar liberdade. As únicas pessoas que tem como função essencial restringir essa liberdade para que haja moral no indivíduo, são os pais. Mas aí não é a moral da sociedade, e sim da família que tem uma vivência particular.  
Quanto a isso, é bom ressaltar também que a arte de falar o que pensamos não é totalmente falha, pois funciona como filtro social importante. É aí que a moral da sociedade em si se encontra. Quando ninguém concorda com o que a pessoa faz, é porque, de certa forma, ela está ferindo a moral da sociedade. Então se quem não concorda expõe seu ponto de vista que é, de certa forma, universal, a pessoa pode mudar de atitude para simplesmente se enquadrar no 'correto'.
                                    


Mas a minha intenção desse texto não é enumerar as formas de julgar e explicar como o procedimento ocorre. Somente pretendo expôr que a atitude em excesso, além de poder ferir e/ou mudar atitudes da vida de um determinado indivíduo, pode fazer mal ao próprio julgador. Este que sente-se "ferido" pela atitude alheia, que sente-se como o único correto no mundo, este que ignora o fato de que todos somos pequenos seres insignificantes. Essa pessoa pode se inebriar da revolta contra algumas atitudes e pessoas ao ponto de ter atitudes um tanto quanto mesquinhas. Atitudes como "não quero me envolver com esse tipo de gente" ou "essa pessoa não merece meu respeito". Em minha singela opinião, não creio que seja o objetivo de qualquer pessoa ser alguém mesquinho ou ignorante nesse sentido. Então é um exercício interessante, ao invés de julgar, aceitar as pessoas como elas são e tentar respeitar suas escolhas/atitudes ao máximo.
Simplesmente porque isso fará de você uma pessoa que vive de bem com a vida, que não se estressa com as outras pessoas e, consequentemente, que não liga tanto para aquelas fofoquinhas cheias de julgamentos.